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Como Identificar Alergias Alimentares em Crianças

  • Foto do escritor: kidzenithco
    kidzenithco
  • 14 de ago. de 2024
  • 5 min de leitura

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Introdução


As alergias alimentares têm se tornado cada vez mais comuns, especialmente entre crianças. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que 6% das crianças em todo o mundo sofram de algum tipo de alergia alimentar. Esse dado reflete uma preocupação crescente entre pais, cuidadores e profissionais de saúde. Mas, afinal, como identificar alergias alimentares em crianças? E mais importante, como garantir que essas alergias sejam gerenciadas de maneira eficaz para evitar complicações de saúde?


O que são Alergias Alimentares?


Antes de entrarmos nos detalhes de identificação, é crucial entender o que são as alergias alimentares. Elas ocorrem quando o sistema imunológico de uma criança reage de maneira exagerada a uma proteína presente em um alimento que, em situações normais, seria inofensivo. Essa reação imunológica pode causar uma série de sintomas que variam de leves a graves, e em alguns casos, podem até ser fatais.


Principais Alérgenos Alimentares


Existem oito alimentos que são responsáveis por cerca de 90% das reações alérgicas em crianças. Estes incluem:


- Leite de vaca

- Ovos

- Amendoim

- Nozes

- Soja

- Trigo

- Peixes

- Mariscos


Identificar esses alérgenos é o primeiro passo para um diagnóstico preciso e, posteriormente, para a gestão eficaz da alergia alimentar.


Sintomas Comuns de Alergias Alimentares


Os sintomas das alergias alimentares podem variar amplamente, tanto em tipo quanto em gravidade. Eles podem aparecer imediatamente após a ingestão do alimento ou horas depois. Entre os sintomas mais comuns estão:


1. Reações cutâneas: Como urticária, coceira e vermelhidão na pele.

2. Problemas gastrointestinais: Incluindo náuseas, vômitos, diarreia e dores abdominais.

3. Reações respiratórias: Como chiado, tosse, falta de ar e congestão nasal.

4. Reações cardiovasculares: Em casos mais graves, pode ocorrer queda da pressão arterial, tontura e até perda de consciência.


É importante destacar que, em casos extremos, a alergia alimentar pode levar à anafilaxia, uma reação potencialmente fatal que exige tratamento médico imediato.


Como Identificar Alergias Alimentares em Crianças


Identificar alergias alimentares em crianças pode ser um desafio, pois os sintomas muitas vezes se assemelham a outras condições, como intolerâncias alimentares ou infecções virais. No entanto, existem algumas etapas-chave que podem ajudar no diagnóstico:


1. Histórico Clínico Detalhado


O primeiro passo para identificar uma alergia alimentar é coletar um histórico clínico detalhado da criança. Isso inclui anotar todos os alimentos consumidos antes do início dos sintomas, a frequência com que os sintomas ocorrem e o tempo que leva para os sintomas aparecerem após a ingestão do alimento.


2. Diário Alimentar


Manter um diário alimentar pode ser uma ferramenta valiosa para identificar padrões e correlacionar os alimentos consumidos com os sintomas apresentados. Este diário deve incluir não apenas os alimentos, mas também as bebidas e os métodos de preparo, pois alguns alérgenos podem estar presentes em alimentos processados.


3. Testes de Alergia


Existem dois principais tipos de testes que podem ser realizados para diagnosticar alergias alimentares:


- Teste cutâneo (prick test): Pequenas quantidades de possíveis alérgenos são aplicadas na pele da criança, geralmente no antebraço ou nas costas, e a área é levemente picada para permitir a entrada da substância. Se houver uma reação alérgica, como inchaço ou vermelhidão, o teste é considerado positivo.

- Exame de sangue (RAST ou ImmunoCAP):Este exame mede a quantidade de anticorpos IgE específicos no sangue da criança em resposta a determinados alérgenos. Quanto maior o nível de IgE, maior a probabilidade de uma reação alérgica.


4. Teste de Provocação Oral


Em casos onde os testes cutâneos e exames de sangue não são conclusivos, um teste de provocação oral pode ser realizado sob supervisão médica rigorosa. Esse teste envolve a administração gradual do alimento suspeito para observar se ocorre uma reação alérgica.


5. Teste de Eliminação e Reintrodução


Este método envolve a eliminação do alimento suspeito da dieta da criança por algumas semanas e, em seguida, sua reintrodução gradual enquanto se observa a ocorrência de sintomas. Esse teste deve ser conduzido sob orientação de um médico ou nutricionista especializado em alergias alimentares.


Como Tratar Alergias Alimentares em Crianças


Uma vez diagnosticada a alergia alimentar, o principal tratamento é a estrita evitação do alimento causador. No entanto, existem outras estratégias e medidas preventivas que podem ser implementadas:


1. Leitura Atenta de Rótulos


Pais e cuidadores devem ser diligentes ao ler rótulos de alimentos para garantir que o alérgeno não esteja presente em produtos processados. É importante também estar ciente de possíveis contaminações cruzadas, onde traços do alérgeno podem estar presentes devido ao processamento em equipamentos compartilhados.


2. Educação e Conscientização


Educar a criança sobre sua alergia é essencial, especialmente à medida que ela cresce e começa a fazer escolhas alimentares por conta própria. Ensinar a criança a perguntar sobre os ingredientes de um alimento e a recusar alimentos quando estiver em dúvida é uma habilidade vital.


3. Uso de Medicamentos


Para crianças que têm risco de anafilaxia, é fundamental que um auto-injetor de epinefrina (como o EpiPen) esteja sempre disponível. Além disso, os pais e a própria criança (se ela tiver idade suficiente) devem saber como administrar a epinefrina em caso de emergência.


4. Plano de Ação para Emergências


Desenvolver um plano de ação para emergências é essencial. Este plano deve incluir informações sobre como reconhecer os sintomas de uma reação alérgica, quando administrar epinefrina e quando procurar atendimento médico de emergência. É útil também compartilhar este plano com a escola da criança e outros cuidadores.


5. Acompanhamento Regular com Especialistas


Crianças com alergias alimentares devem ter um acompanhamento regular com um alergologista ou imunologista para monitorar a condição e ajustar o plano de manejo conforme necessário. Em alguns casos, a alergia pode ser superada com o tempo, enquanto em outros, novas alergias podem se desenvolver.


Impacto das Alergias Alimentares no Dia a Dia da Criança


As alergias alimentares podem ter um impacto significativo na vida de uma criança, não apenas em termos de saúde física, mas também em sua vida social e emocional. Crianças com alergias alimentares podem se sentir excluídas em situações sociais, como festas de aniversário e eventos escolares, onde os alimentos proibidos estão frequentemente presentes.


É fundamental que pais, professores e colegas estejam cientes das alergias alimentares e sejam solidários para criar um ambiente inclusivo e seguro para a criança.


Prevenção de Alergias Alimentares


Embora as causas exatas das alergias alimentares ainda estejam sendo estudadas, algumas pesquisas sugerem que a introdução precoce de certos alimentos na dieta do bebê pode reduzir o risco de desenvolver alergias. Por exemplo, um estudo publicado no *New England Journal of Medicine* mostrou que a introdução precoce de amendoim em bebês de alto risco reduziu significativamente a incidência de alergia ao amendoim.


No entanto, qualquer tentativa de prevenção deve ser feita sob orientação de um pediatra ou alergologista, especialmente em famílias com histórico de alergias.


Estudos de Caso: Tratamento de Alergias Alimentares


Vamos agora examinar alguns estudos de caso que ilustram a diversidade e a complexidade do tratamento das alergias alimentares em crianças.


Caso 1: Alergia ao Leite de Vaca


Uma criança de dois anos apresentou sintomas de urticária e vômitos após consumir leite de vaca. Após a realização de um teste cutâneo e um exame de sangue, foi diagnosticada com alergia ao leite. O tratamento incluiu a eliminação total do leite e produtos derivados da dieta e a introdução de um leite alternativo à base de soja. Após dois anos de acompanhamento, a criança foi capaz de reintroduzir o leite na dieta sem reação, indicando que a alergia foi superada.


Caso 2: Alergia ao Amendoim


Uma criança de cinco anos foi diagnosticada com uma alergia severa ao amendoim após um episódio de anafilaxia. O tratamento envolveu a eliminação rigorosa do amendoim e o uso de um auto-injetor de epinefrina em caso de emergência. A família também recebeu treinamento sobre como evitar contaminação cruzada e como ler rótulos de alimentos. Anos depois, a criança ainda precisa evitar o amendoim, mas não teve mais episódios graves graças ao manejo cuidadoso.


Conclusão


As alergias alimentares em crianças são uma preocupação crescente e devem ser tratadas com seriedade. A identificação precoce e o tratamento adequado são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar das crianças afetadas. Com a devida educação, preparação e apoio, as crianças com alergias alimentares podem viver vidas saudáveis e plenas.





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